Darwin e a Teoria Sintética da Evolução
Como sabemos, Charles Robert Darwin foi um renomado naturalista conhecido pela sua extensa e curiosa viagem pela América do Sul a bordo no navio HMS Beagle. Suas observações foram publicadas em 1937 em sua obra “Viagem de um naturalista ao redor do mundo”, revelando animais semelhantes, mas com características específicas e adaptadas a cada ambiente. Após a análise dos resultados coletados em sua viagem e discutir com o naturalista Alfred Russel Wallace, em 1895 Darwin publicou seu livro “A origem das espécies” evidenciando a Teoria da Seleção Natural.
A teoria de Darwin propõe que a seleção natural é o principal fator que impulsiona a evolução. Indivíduos com características mais vantajosas ao meio se reproduzem com mais facilidade e, assim, têm maior probabilidade de transmitir aos novos descendentes essas características. Em seu livro Darwin observou também que as populações apresentam variações em suas características, tanto com indivíduos da mesma espécie quanto entre espécies diferentes, onde essa variabilidade é fundamental para a evolução. Além disso, evidencia que os indivíduos e todas as formas de vida compartilham um mesmo ancestral em comum, mas que sofrem mudanças nas características ao longo do tempo. Apesar da sua teoria representar um marco significativo na compreensão da seleção natural e evolução, persistiram dúvidas e curiosidades que não foram respondidas por Darwin sobre a explicação da origem das variações dentro das populações.
Os estudos foram aprofundados em 1930 com o surgimento do Neodarwinismo, também conhecido como teoria sintética da evolução, onde teve contribuição de diversos cientistas. A teoria sintética da evolução inclui a seleção natural de Darwin e complementa com descobertas da genética de Mendel e das mutações. Essa teoria enfatiza que é a mutação (muitas das vezes acontece de forma aleatória) que gera a variabilidade genética em uma população, e a seleção natural atua favorecendo a sobrevivência dos indivíduos com características mais adaptativas ao ambiente em que estão inseridos. É importante destacar que, embora uma mutação possa ser vantajosa em um determinado ambiente, ela pode ser desvantajosa em outros.
Os estudos ganharam força e hoje sabemos que existem outros fatores evolutivos que podem aumentar a variabilidade genética. São eles, além da mutação, a recombinação, que é considerada a mistura do material genético. A recombinação pode ser por fecundação, crossing over que consiste no cruzamento de cromossomos homólogos criando novas combinações, e segregação independente dos cromossomos, que consiste na distribuição seletiva dos cromossomos homólogos para as células filhas. Após a variabilidade genética, surgem fatores que vão atuar selecionando as variabilidades, como a seleção natural.
Podemos citar como exemplo da teoria sintética a famosa evolução das mariposas de Manchester. Antes da revolução industrial, as mariposas do Reino Unido eram predominantemente da cor clara. No entanto, com a revolução industrial, a poluição resultou
no escurecimento das árvores das áreas próximas devido ao acúmulo de fuligem. Dessa forma, as mariposas escuras se camuflavam nas árvores, adquirindo uma vantagem evolutiva, já as mariposas claras se tornaram alvos fáceis pelos predadores, pois eram mais vistas. Como resultado, as mariposas escuras se reproduziram em maior quantidade, enquanto as mariposas claras diminuíram o seu número populacional. Um estudo divulgado pela revista Nature constatou que uma mutação em um “gene saltador” foi o responsável pela variação escura das mariposas.
Essas pesquisas contribuíram significativamente para a biologia e outras áreas do conhecimento. O entendimento da genética sobre a variabilidade é fundamental para a identificação de espécies, além de desenvolver um papel crucial na taxonomia, conservação e saúde pública, onde o estudo das mutações em microrganismos é essencial para o bem estar da população. Dessa forma, os estudos de Darwin foram cruciais para o avanço da biologia e o entendimento sobre a evolução.